Estou nas minhas coisas, mas isso não faz de mim uma pessoa materialista. Estou em toda bagunça do quarto, nessa bagunça da gaveta do meio, nessa mistura de camisas e camisetas que nunca serão separadas por questão de facilidade.
Ah, essa facilidade! A facilidade na bagunça é que me atrapalha. Não organizo as coisas porque tudo jogado é mais fácil. Não organizo a vida e da mesma forma, às vezes espero que tudo na minha vida seja jogado pra mim. Sim, jogado, de forma fácil. Tanta coisa boa acontece pra gente que a gente julga não merecer, porque não aqui? É coisa jogada do céu, mas se de lá veio, ela há de merecer, é o lado egoísta da gente que não nos deixa ver. Estou na bagunça porque quando tudo está fora do lugar, largo mão de tudo, de nada vale uma organização ali e a falta de outra ali. Quando tudo está certo, assim estão minhas coisas. Nossa! Eu sou tão fácil de se ler, de se ver, de se ter. É tudo questão de analisar, mas eu ainda não aprendi a fazer isso sozinha. Estou sempre querendo ouvir dos outros. Aliás, porquê as coisas não falam?
Talvez, elas tivessem muitos podres da gente pra contar… Como daquela vez que você beijou e chorou quando ganhou um aparelho celular, e apenas sorriu quando um velho amigo pediu um abraço.
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